sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PURO PRAZER


Estou numa fase onde não quero mais possuir. Possuir é penetrar; é fazer amor formal, como quem visa procriação. O que me satisfaz no momento é trocar carícias; bolinar e ser bolinado. Gozar e fazer gozar sem o menor esforço e nenhum temor de acidentes que nos desviem dos planos de puro prazer.
Sexo oral sim, senhor, mas não quero fazê-lo como aquele faminto que lambe um prato sujo, antes que alguém o resgate para lavá-lo. Também não quero sentir que alguém me sorve como quem chupa um sorvete no deserto. Quero delicadeza; lentidão; sexo longânimo, tranquilo e despreocupado.
Esta cantada universal, despretensiosa e despojada não tem outro motivo: Quero apenas dizer que, doravante, as eventuais parceiras deverão me receber também como parceira... Não quero mais que me tenham como garanhão; procriador; emergência carnal; pronto-socorro do desejo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário