sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SOBREVIVENTE


Só me quero aqui dentro; se aqui é meu mundo;
Tenho tudo que trago nas colchas do sonho;
Ponho todas as vidas nos vãos deste canto
Que me abraça e retém feito amante suprema...
Não me quero lá fora, me perco de mim
Se me dou às correntes do quanto me chama
Ou desprezo esta cama; o silêncio do quarto;
A leveza das horas nas quais me deleito...
É aqui meu momento que vira infinito,
Viro mito e depois me transformo em real,
Sou quem sou e não temo que me queiram outro...
Amanhã tudo bem, volto ao palco da vida,
Vivo todas as vidas, os papéis impostos
Pelo posto improvável de sobrevivente...

Nenhum comentário:

Postar um comentário