quarta-feira, 31 de outubro de 2012

NÃO HÁ MAR


Houve mar nos meus olhos pra te revolver,
mas fugi de viver a grandeza do afeto;
contornei furacões, maremotos, ressacas
pra manter minhas placas de senhor de mim...
Tive tanto a doar, mas me tranquei no peito,
fiz a minha emoção se desfazer no ar,
pela força do medo inerente à fraqueza
que se fez de franqueza pra dizer que não...
De repente meu mar se converteu em pranto;
não há lenço nem manto pra secar meus olhos
e teus olhos se foram, viraram miragem...
Desaguei no deserto e me juntei ao pó,
vim somar minhas mágoas às dunas do caos
destes olhos escravos de já não há mar...

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