quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SEISSEISSEIS


Lá na pré-escola, não aprendi a contar “um, dois, três, quatro, cinco, meia...”. O que aprendi bem aprendido mesmo foi “um, dois, três, quatro, cinco, seis...”. Então ninguém me corrija, quando eu informar que moro na Rua Madre Tereza, número seis; não meia. Nem me venha com ironia, se por acaso pedir o número do meu celular e obtiver como resposta: “Oito, sete, nove seis...”. Nadinha dessa história de anasalar a voz e frisar: “É meia; né?”. Meia, bosta nenhuma; é seis, mesmo.
Resolvi que nunca mais me tratarão como asno por eu não ter esquecido que seis é seis. Sessenta e seis é sessenta e seis e não “meia meia”. O sinal da besta não é um casal de meias, mais um pé isolado “segurando vela”. Quando algum bestalhão corrigir em alta voz o meu seis, corrigirei seu meia, no mesmo tom, dizendo que seis é aquele número logo depois do cinco e antes do sete... Se me der vontade, ainda o convocarei a contar junto comigo, puxado pelo coral de curiosos: “Um, dois, três, quatro, cinco, seis...”.

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