Um desafio no intervalo do trabalho transformou o não ter o que fazer momentâneo em dois textos em parceria. Cada um foi iniciado por um de nós
AGORA JÁ NÃO HOJE
Rodrigo Lobo/Demétrio Sena
Quero mais do que a vida por
levar. Do que meu tempo a ser cumprido e nele cumprir uma missão. Muito mais do
que o mundo inteiro meu, e meu próprio eu sobre todo o mundo que delimita o meu
redor.
Quero experimentar o novo, mesmo
que por tabela. Sentir a expressão verdadeira adentrando a porta, sem pedir licença.
Escanear o ócio de cada criatura, sem a preocupação de ferir o Criador. Ser o
meu recriador ante a vida que nos quer sempre vários na vertigem da passagem
das horas. Do infinito. Desse grito de agora já não hoje, porque tudo é futuro
que nos chama.
Quero a livre expressão do meu
querer sem querer. Sem ter que ter. Sem forçar a alma em um corpo que nem sabe
de si.
MINHA DOCE JABUTICABEIRA
Rodrigo Lobo/Demétrio Sena
Minha doce jabuticabeira era tão
fértil, que me lembrava uma bela caiçara a dançar seu carimbo sobre a planície.
Ela era o meu par sobre qualquer outro. Minha fantasia de amor mais puro do que
o ar de nossa fotossíntese que transformava o mundo para nós.
Eu consumia o seu corpo como se
degustasse a fruta. A abundância da oferta dispensava conta gotas. A dose
diária do mel da nêga era a receita ideal para a cura.
Por tais motivos, sempre fui o
mais presente dos ribeirinhos... a jabuticabeira sempre foi o meu grande amor.
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