sábado, 21 de julho de 2018

ANTIPOESIA


Demétrio Sena, Magé - RJ.

Se me flagras humano te frustras comigo;
só me queres alheio ao que choca e magoa;
meu olhar de lagoa não pode ser mar
que se torne revolto aos efeitos da lua...
Queres ter minha voz eternamente branda,
não importa o que adentra os portais dos ouvidos;
uma paz de lavanda espargida nos traços
de quem nunca se fere do mundo ao redor...
Quando sabes que sofro de raivas comuns,
tenho minhas verdades ferinas e duras,
também ajo às escuras e pulo no abismo...
Quase perdes a fé se me notas injusto,
se meu surto e meu susto são antipoesia
e me flagras tão gente quanto qualquer bicho...

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