quinta-feira, 18 de julho de 2024

UMA CRÔNICA DE AMOR

Demétrio Sena - Magé 

Sou desses românticos coloquiais (ou informais) que muitos julgam "contrarromântico". Desses cujo romantismo é de multiprocessador: Às vezes pico as etapas, misturo e processo, para depois saborear a mistura, que há de salientar na sutileza da língua, o sabor de cada ingrediente. A conversa, os abraços, beijos, carícias e lambidas têm o mesmo valor da penetração, tida normalmente como ação terminal. Não tem que ser. Algumas vezes, nem tem que haver. Quando há, ela pode vir primeiro, no meio, no fim... o beijo pode abrir ou fechar a relação... ou abrir e fechar. A conversa, inspirar ou ser inspirada pelo namoro ou ato sexual, propriamente. Há casos em que o desejo está mais forte que o romantismo... outros, em que o romantismo está mais forte. O que atuar primeiro abrirá caminho para o outro. 

Um ato de amor (ou de namoro) não é um projeto com início, meio e fim definidos obrigatoriamente. E se o amor é uma escrita, ele não tem minha obediência para suas formalidades. Cumpro, sim, etapas instintivas ou naturais do amor, porque são instintivas ou naturais. Mas não cabe, no que é do instinto e da natureza, decorar etapas e cumprir o que deve vir primeiro. Amor e desejo são fomes... a mais urgente há de ser, sem nenhuma razão para censura, saciada primeiro... mas a outra não será desprezada. Se compararmos amantes, por suas formas de amar, com poetas, em suas modalidades literárias, acho que não sou um sonetista. Na verdade, nem um poeta, como amante. Sou um cronista.

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Respeite autorias. É lei

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