Demétrio Sena - Magé
Concordo com qualquer pessoa que bata na tecla da já batida "polaridade" que o Brasil vive nestes últimos anos. Mas, essa polaridade se tornou inevitável, no momento; aí está. Sendo assim, tenho lado. Sou esquerda; sou povo; sou democracia, com todos os seus efeitos colaterais. Não há como ser neutro nem inventar um leque de opções que, no fim das contas, vai desaguar em um dos pólos; em uma das pontas dessa propalada realidade.
Detecto qualquer bolsonarista enrustido, e até camuflado de "mais ou menos esquerdista", nesses discursos de terceira via. Ora bolas; não existe a terceira via, no cenário atual; pode voltar a existir daqui uns anos, mas, agora, metade ou pouco mais do contingente político extra deste país é ponte para o Bolsonaro; a outra metade ou mais, para o Lula. Quem manda olhar para o lado e procurar outra opção, ou diz que "nenhum dos dois presta", faz isso por um dos dois. Trata-se, quase sempre, de um truque dos bolsonaristas.
Sou esquerda. Neste contexto de polaridade, não tenho como repetir o bordão "nem este nem aquele"; até porque, isso dá munição para sonsos desprovidos de argumento. Logo, sou lulista; em cima do muro não me cai bem; eu cairia do muro. Tenho visto muita gente fazer média com o outro lado, utilizando a puxadinha sutil para sua preferência secreta. Grita pela terceira via, mas é gritante a sua tendência; é notório seu enviesamento; a pregação subliminar que seria veementemente rebatida..
Nem um nem outro" é, majoritariamente, um discurso bolsonarista enrustido, para demover eleitores opostos e fortalecer a esquerda. Quem não quer o retorno da era do "e daí? Eu não sou coveiro", "pintou um clima" (com adolescentes), "o erro da ditadura foi torturar e não matar", "morreram poucos; a PM tinha que ter matado mil", "eu jamais ia estuprar você, porque você não merece", "dei uma fraquejada e veio uma mulher" (...), não pode subir nesse muro.
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Respeite autorias. É lei
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