segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

UMA PROSINHA TIATRAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Toda tia debutante carrega um riso indecifrável, com aquelas pitadas permanentes de choro disfarçado e miúdo. Choro risonho. Riso chorão. Versão misturada e fugidia.
Os arroubos dessas tias têm a graça do disfarce ou da beleza de vitral. Controvérsia do excesso de sutileza. Todas as tias debutantes são canteiros da mesma praça.
Elas mais parecem colibris. Beijam flores, pedem bis e polinizam seus instantes, multiplicando-os para que sejam plenos, perenes, deliciosamente repetitivos.
Em toda casa recém-visitada pela primeira "cegonha", existe uma doce revoada. Uma revoada de tias. Biológicas ou não. Tripulantes de primeira viagem.
Casa cheia de tias debutantes é um cenário formidável de carinho extremado. Rasgação amorosa da melhor seda. Tias debutantes são assim mesmo. Tiatrais ao extremo. 

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