Demétrio Sena, Magé – RJ.
Tenho muito orgulho dos troféus;
das medalhas; das comendas, taças e honrarias que não tenho. Das porcarias que
nem fui buscar, quando a contragosto recebi notícias de honras aos méritos
conferidos equivocadamente aos meus fazeres. Equivocadamente, porque sempre
achei que os ringues, as rinhas, os concursos, festivais e torneios coubessem
aos que se propõem. Este nunca foi o meu caso, não depois dos anos mais verdes,
quando queria vencer ou mudar o mundo.
As lembranças que tenho dos
troféus, medalhas, comendas, taças, honrarias e outras porcarias que não tenho,
não poderiam ser mais gratas. São lembranças de que jamais venci, subjuguei,
superei ou fui considerado superior a outro ser humano que faz, com o mesmo
amor, exatamente o que faço. No que dependeu de mim, ninguém nunca sentiu o
gosto amargo da comparação e o baque posterior causado por opiniões mais
pessoais do que justas ou especializadas, que o teriam desqualificado.
Meu fazer literário é livre.
Mesmo quando arrisco as formas fixas da poesia ou a eterna burocracia do
artigo. Ao falar de minhas vivências ou das observações do entorno; do que
sinto e penso e do que a vida me faz pensar ou sentir, pouco importa: sou
exatamente o que escrevo, pelo menos enquanto escrevo, e não me permito ser
avaliado em disputas. O meu íntimo não aceita que jurados decidam se pensei ou
senti certo, na medida, melhor ou pior do que os outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário