Demétrio Sena, Magé
– RJ.
Nunca fui um sujeito
com quem se possa contar para o que demanda força bruta, influência e dinheiro.
No entanto, foram muitas as vezes em que pude ajudar de alguma forma pessoas
próximas e queridas, o que faria de bom grado, mas, na maioria das oportunidades
elas próprias me algemaram.
Evidentemente, se eu
fosse uma pessoa invasiva, cara de pau, indiscreta, não teria falhado em notar
e socorrer. Também não teria falhado se tivesse o poder de olhar além. Ver
através de orgulhos e silêncios, para saber exatamente onde atuar e não temer
censura, se algo não saísse a contento.
Como não tenho tais
poderes nem me dou aos desfrutes da intromissão, teria sido providencial se
tais indivíduos tivessem tido a grandeza de ser humildes. De confessar e pedir.
De baixar o ego e não esperar que eu suplicasse para fazer algo por eles, mesmo
sem saber o que.
Quando me foi
permitido notar que precisaram de mim, já não precisavam. A essas alturas, eu
era o famoso monstro insensível. A criatura egoísta e desumana que se juntou ao
resto do mundo, também egoísta e desumano, para lançar à própria sorte as
vítimas temporais do infortúnio e da solidão.
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