Demétrio Sena, Magé – RJ.
Seja forte para não deixar que o
desespero e a fragilidade o levem à conversão religiosa cujo fanatismo só o
tornará mais desesperado e frágil. A religiosidade – ou religião – , seja qual
for, só é restauradora se o que nos conduz a ela são o amor equilibrado, a emoção
racional e a ponderação de motivos. Lucidez de fé, sem o medo que busca
esconderijo no remorso e na autoflagelação física, moral, psíquica e de outras
naturezas.
Jamais se converta por culpa. Por
se achar o pior dos pecadores, o mortal mais imundo. Não se mate por dentro nem
se anule por uma eventual nova vida, e sequer adote a ilusão do fim de suas
fraquezas e conflitos perante as tentações de cada dia. Muito menos acredite
que você será superior aos que não o sigam em sua conversão. Nunca se torne o
juiz dos diferentes. O inquisidor dos opostos. Apedrejador dos que seguem
outros caminhos, conceitos, ideologias, visões e crenças. O carcereiro de sua
família.
Caso o faça, só se converta para
ter paz. Para sorrir de satisfação; não rir de nervosismo. Se for para ser
intolerante, preconceituoso, viver com raiva da sociedade fora de seus muros e a
todo instante combater demônios com a evocação frenética e contínua das
divindades, é melhor não se converter. Fanatismo não liberta; escraviza. Torna
o mundo pior e afasta mais e mais o céu que pode habitar nossos corações.
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