Demétrio Sena - Magé
Deixo-me usar, abusar, ser preferido, preterido e tratado conforme as conveniências ao meu redor... e faço questão de parecer bobo. Muito bobo. Acho até que não pareço. Realmente sou bobo, dentro dos limites do suportável, sendo que os meus limites costumam ser bem generosos... bem longânimos.
É me deixando usar, abusar, ser bem e mal tratado por seja quem for, que faço meu banco de razões. Da mesma forma que trabalhadores têm seus bancos de horas (nem sempre respeitados pelos patrões), ao trabalharem além de suas cargas horárias. No meu caso, quem administra o meu banco sou eu. E tenho como critério deixar que os acúmulos, com juros e correção, deixem bem evidente o meu crédito, entre somas e subtrações, quando resolvo dar um basta.
Sinto-me confortável... com um extrato pesssoal de causas bem positivo, para explicar as razões de meus afastamentos, esfriamentos, as minhas mudanças comportamentais. No fim das contas, é compensador não ter reagido precipitadamente. Não ter me queixado logo nos primeiros abusos, nas primeiras "esnobadas", os primeiros "chega pra lá", ou já nas primeiras exploraçãos de minha boa vontade, sem o menor sinal de um reconhecimento posterior.
Sempre tive como explicar a mim mesmo, ao deixar de nutrir um afeto especial ou admiração profunda por alguém. Quando estou prestes a recuar do brio finalmente ferido, é só puxar o extrato negativo. Conferir quantas vezes esse alguém me frustrou, abusou, preteriu e me tratou como um ser humano invisível.
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Respeite autorias. É lei
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