segunda-feira, 24 de outubro de 2011

AMÉLIAS DE FOGO


A carência das mulheres
que se guardam quando dão,
porque dão pra maus amantes,
é veneno que dá vida
para quem saiba extrair.
Trai o medo e dá prazer...
São arcanjos cujo céu
faz inferno em seus sentidos, 
cuja chama grelha os corpos
e produz os gritos d´alma,
numa calma de agonia
que deprava o que se cala.
Tais Amélias rangem dentes.
Têm urgentes dons em flor,
são aranhas que se caçam
pelas suas próprias redes,
nas paredes por quais sobem
quando explodem seus limites...
As mulheres mal amadas
têm um pólen bem curtido,
que produz o melhor mel
sob o fel das frustrações...
Só precisam que a colheita
seja exímia e delicada.

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