domingo, 23 de outubro de 2011

BICHO DO MATO


A cidade me assusta no quanto fervilha;
minha náusea me priva de sentir meus passos;
sou mais uma muamba, um brinquedo "de pilha"
que não sabe a que vai, mas ocupa os espaços...

O moinho de gente amedronta estes traços
comprimidos no rosto em que nada mais brilha,
somos algo em conservas, monturos ou maços,
um despejo excessivo pra pouca manilha...

Nos neons da cidade não vejo atração,
desse todo nem sinto que seja fração,
e se perde no vento minha identidade...

Em um frasco me oculto, pro mundo me tampo;
só me deixo fluir quando volto pro campo,
pois me assusta e comprime a pressão da cidade...

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