domingo, 23 de outubro de 2011

PREFÁCIO PRÉ-FÁCIL POR SER BENEDITA

A coragem de ser simples, franca e direta faz da Escritora Benedita Silva de Azevedo uma das mais eficientes mensageiras de verdades vitais que já conheci. Mesmo sendo pessoa muito culta, professora experiente, personagem portadora de surpreendente bagagem de vivências, Benedita dispensa os termos rocambolescos bastante comuns entre os escritores afetados de todos os tempos. SuA alma posa despida, revelando-a na plenitude de quem é. Nada de maquiagens filosóficas, literárias, dispensáveis. Ela leciona vida em seus escritos. Define a geografia humana sem excesso de relevos nem mapas enigmáticos. É seta que vai ao alvo sem baldeações  desnecessárias. O sentido de seus contos, crônicas e poemas - ausentes neste volume - é perfeitamente servido ao entendimento universal, sabendo atingir gregos e troianos; às elites e ao populacho; aos eruditos e aos iletrados. A escritora é quase sempre autobiográfica. Tem uma vida rica em experiências  profundas e desconhece o medo da exposição, das críticas advindas disso, do resultado do raio x que a sociedade possa fazer do seu caráter, da sua personalidade. Essa autobiografia inserida no que Benedita escreve é, na verdade, autoabreugrafia. Pode-se ver, além de sua alma, o seu pulmão literário são e salvo de conceitos hipócritas. É encantador constatar que a literatura de Benedita Silva de Azevedo não impõe, propõe. Não grita, sussurra. Não discursa, vive. Sua máxima não é lei, sentença, regimento, estatuto. É, antes, a livre atuação de quem semeia e sabe esperar, ainda que saiba que outros ceifarão, em tempos distantes, os frutos de sua consagração como trabalhadora do campo das letras. Mais do que o livro, apraz-me prefaciar a própria Benedita. Missão Pré-fácil por se tratar,  vale repetir, dessa alma que posa nua; mostra tudo; abre as páginas de uma existência fértil, nunca se intimidando com as lentes do mundo. Nestas páginas, um horizonte acolhedor de sonhos, esperanças e ansiedades humanas; sociais; maciças. Eis a grande polêmica de Benedita Silva de Azevedo, na arte de não polemizar por polemizar. Sua pose literária é pouso suave de quem doa a quem doar, ou não, a atenção merecida por suas verdades para lá de fundamentais. Quanto ao mais, o próprio livro se auto explica.

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