domingo, 23 de outubro de 2011

NO ESCURO


Tenho medo é do claro, pois ele revela
su´ausência imutável nesta nostalgia,
como torna evidente que minha novela
se perdeu dos encantos de quem a regia...

É na sombra completa que teço a magia
de sonhar ser possível prosseguir sem ela;
quero a noite fechada sem raiar o dia;
sem o falso consolo duma luz de vela...

Deixe minha verdade afundar nas caladas
onde minhas lembranças serão apagadas,
pois a quero somente como tive outrora...

Que ninguém me divise neste canto escuro
em que ponho meus dias, nada mais procuro,
porque tudo que havia se acabou lá fora...

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