quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DE GENTE E DE BESTAS

Quase nada é mais estúpido que a discussão agressiva, porque nem é um duelo em que duas pessoas tentam se atingir mutuamente, o que até conseguem fazer. Ela é, na verdade, o patético e solitário desempenho de duas ou mais pessoas que tentam, embora duas ou mais, convencer a si próprias. Isso é feito aos brados e de formas que denunciam total ausência de razão. Exatamente a razão, que os ânimos querem tomar para si pela coação, pelo rapto do raciocínio, ainda que seja um caso de homônimo.
Sobre convencer a si próprias, tais pessoas se frustram, pois fora de si como ficam não conseguem se achar para tanto. Ruminam seu desespero e solidão momentâneos, percebendo que o outro não é o espelho de seus egos. Mais ainda, quando percebem que foram nulos os seus espetáculos de fúria e grosseria gratuitos. Trata-se aqui, tão apenas da discussão agressiva (o que não considero tão apenas). As "vias de fato", como classifica o eufemismo, vão além do meu poder de absorção, análise, crítica e debate. Creio que fique tão aquém da racionalidade, que não haja como caber em um texto que só deseja tratar dos limites humanos, que mesmo não aceitáveis, às vezes são compreensíveis. Para falar dessas "vias", que vão da agressão física ao homicídio, discorreremos mais tarde sobre as bestas.

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