Sou aquela montanha que se azula
Na distância que vai além do prisma,
Ou a velha ilusão vencida e nula
Sobre tudo que fica e não a crisma...
Confessar solidão será sofisma;
Do vazio insondável tenho a bula;
Já deixou de compor a minha cisma,
Renascer onde a vida nem ovula...
Preso em mim desde quando não atino,
Perco toda visão do meu destino;
Meu olhar desistiu de ser janela...
Na verdade sou folha no deserto;
Lambari de remanso em mar aberto;
A manhã de minh’alma é luz de vela...
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