segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AMORES AO MEIO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Fui me dando aos pedaços... meio sem querer. Meio todo acanhado. Inteiramente meio. Mas não teve jeito; logo disparei, ao sentir que o coração disparava, depois de tantos cuidados. O freio se gastou e surpreendeu meu pé-ante-pé, justo quando me sentia mais seguro do que não queria.
Foi nesse ponto que se foi a segurança extrema dos meus olhos que abriram janelas falsas pro mundo interior. Aí me fui no silêncio que dizia tudo, e de repente acordei da realidade a cores, onde a dor do afeto não me abocanhava, para o sonho nu e cru do amor... da paixão que me tomou sem medida.
Minh´alma então se abriu como se fosse flor, desmentindo a sobriedade frágil daquele olhar. Daqueles olhos-nos-olhos que já não enganavam meu medo antigo de qualquer afeto. Floresci na flor-da-pele, quando vi que já não podia conter meu fogo nem te apagar dos meus sentidos.
Finalmente me dei por completo. Com todos os escombros que transportava, para um dia me construir de alguma forma. Só não esperava que fosse assim: sobre um sonho guardado na verdade oculta, sem a mínima consciência de que havia um sonho... sonho que já não há, senão na saudade.
Porque será que nos encontramos, tantas e tantas vezes, lá no meio do fim de alguma história? Quase sempre a caminho de uma nova história que pegaremos também lá no fim? Parece que a vida é um bonde que nunca para... quem quiser que o pegue em movimento, e seja o que o destino quiser. 

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