Demétrio Sena - Magé
É cada vez crescente a nossa percepção de que determinada pessoa deu uma palestra no que deveria ser um bom diálogo e determina que nós não entendemos. E nós entendemos, sim; talvez não tenhamos concordado, mas entendemos. O "palestrante" é que não entendeu que nós entendemos ou quer nos rotular de pessoa estúpida, como uma forma de punição por não termos concordado.
Conversas nas quais um lado é radical, determina que sabe tudo, não aceita contraditórios e fecha todas as portas para os argumentos do outro lado, não são exatamente conversas. São ofensivas verbais; mísseis de oratória destrambelhada e truculenta. Usa recursos que ameaçam quem não concorde ou se mostre bom entendedor perante as dificuldades vaidosamente oferecidas ao suposto entendimento comum.
Esses "diálogos" desastrosos cresceram muito nestes últimos anos de polarização política, na qual os brabos e pretensos sabichões estão sempre completamente certos, e os pacíficos, invariavelmente errados. E todo esse extremismo se difundiu em todos os assuntos de qualquer círculo. Pessoas matam e morrem na defesa cega de seus argumentos sobre temas dos mais profundos aos mais fúteis possíveis.
Passou da hora de repensarmos nosso radicalismo sobre o que pensamos e defendemos. Temos, evidentemente, nossas convicções e lados, mas ninguém está cem por cento certo nem errado em todos os momentos da vida. Quem muito fala e não sabe ouvir nem um pouquinho, abre mão da sabedoria que não lhe permite ver o mundo passar sem nada mais aprender do tempo e das pessoas.
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Nenhum comentário:
Postar um comentário