terça-feira, 5 de junho de 2012

INSUBSTITUÍVEL


Quase escuto seus passos morosos e leves
pelos cantos calados da casa pequena,
tenho breves visões do seu rosto suave
que sorria de afeto por me ver chegar...
Sinto cheiro ilusório de comida boa;
chego a crer no seu vulto naquele fogão;
ninguém faz o café que sua mão tecia
como quem tece loa e brinca de sabores...
Sobre todas as coisas cadê seu amor;
em que ponto no poço de ozônio e neon
se perdeu a magia da sua presença?
Não terei recompensa no amor transversal
de quem doa seus dons pra possível consolo
que se afoga no sal do meu pranto profundo...

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