terça-feira, 5 de junho de 2012

REIVINDICAÇÕES EQUIVOCADAS, INSUSTENTÁVEIS E CRIMINOSAS


Por não concordarem com os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde, os médicos daquele hospital deixaram que a criança morresse. Tão apenas deixaram, mesmo com todas as chances de salvar aquela vida. Com raiva do sistema e do governo, resolveram punir quem mal nascera; portanto, ainda não tinha culpas para negociar com a frustração dos tão maus profissionais quanto profissionais maus. Monstros incapazes de reivindicar com ética; humanidade; sem abrir mão do compromisso de salvar vidas.
Este caso, que certamente é só mais um dos que ocorrem onde a injustiça dos empregadores – governantes ou não – desperta os monstros adormecidos me deixa preocupado. Será justo continuarmos punindo pacientes, alunos, passageiros, tutelados e toda a sorte de clientela sempre que nos julgamos injustiçados no tocante a soldos e condições de trabalho? Têm sido e serão cada vez mais numerosas as mortes físicas e ideológicas causadas por profissionais em guerras de reivindicações trabalhistas. Ao mesmo tempo, os poderes públicos e privados nada sofrem. Nenhuma das formas de peleja e protesto, já gastas e previsíveis, atinge nossos patrões. Somos nós, ora servidores, ora clientes dos sistemas, as maiores vítimas; não importa em que circunstância.
O que não podemos como servidores é virar carrascos. Perder a ternura ou a humanidade pela qual nos preocupamos com o outro. Com aqueles que dependem de nós para se curar, se educar, se proteger, sobreviver, ir e vir. Não são eles nossos opróbrios, tampouco inimigos. Nem estão com eles os cofres públicos; o domínio e a manipulação das leis; o poder de arbitrar, deliberar ou deferir. Esse povo já é usado à exaustão pelos poderes. Fazendo o mesmo tornamos pessoas, as mais simples e sofridas, tristes escudos para um lado e munições para outro, numa peleja incansável.
No fim da história, transformamos a população em inimiga, e dessa forma, fazemos exatamente o que os poderes querem: Tornamo-los heróis e assumimos o papel de vilões. Em muitos casos, viramos de fato vilões... Assassinos... Pessoas capazes de cometer atrocidades em nome do dinheiro... Exatamente como eles, os nossos patrões.

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