segunda-feira, 14 de maio de 2012

ASPAS


A moleca deixou de ser moleca;
Tem rabiscos de adulto pela face,
Mas é alvo do impasse que me assalta;
É a mesma moleca para mim...
Já não cabe no colo ainda seu,
Meu olhar tem espelho no seu olho,
Sua voz anuncia um tempo novo
No silêncio da fala que a projeta...
Minha filha já veta em meus cuidados,
Todo excesso que nunca entenderei
Por excesso de pai que o tempo embota...
De repente a moleca me sacode,
Põe as aspas cabíveis na soneca
Deste amor que a conserva ou eterniza.

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