quarta-feira, 9 de maio de 2012

RIO

Cheguei ao tempo em que só quero a calma de não ter projetos para depois desse arame que cerca o meu quintal. Tampouco para depois dos afetos que o braço alcança ou do sonho de ver simplesmente que o pomar frutifica.
Hoje quero ter minhas filhas no prumo dos olhos, até quando for próprio que elas tomem seus rumos amadurecidos. Algo para nunca esquecerem o mapa do ninho que lhes deu asas, mas também manteve as raízes.
Faz tempo que recolhi as ambições de quantias e bens. Converti meus valores, reformei os conceitos ultrapassados e dei ao peito a riqueza do compasso livre. Aos pés, a soltura dos passos que não querem além do sensato.
Posso dizer que tenho tudo, e sorrio prá vida que hoje flui; não acelera. Se outrora fui um mar de procelas, tornei-me um rio de percurso constante na várzea de minh´alma.

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