quinta-feira, 3 de maio de 2012

OPOSTOS

São imensas as vias de voos e fugas,
as divisas, fronteiras, linhas de horizontes,
não entendo a razão dessas pontes diárias
que nos ligam sem simples menção de ruir...
Há um mundo entre nós; tantos mares, extremos,
continentes, culturas e línguas infindas;
por que temos que ter estações em comum,
respirar o carbono que o outro projeta?
Dá pra sermos, quem sabe, dois pontos perdidos,
cada qual numa beira do abismo infinito,
convertidos em nada; lembrança nenhuma...
Farta céu, sobra inferno, sistemas distantes
guardam vidas e mortes que nem concebemos,
em estantes opostas; e não nos apartam...

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