Demétrio Sena, Magé – RJ.
Sempre me guardo em cuidados extremos
e profundas incertezas nas questões relacionadas a filho. Tenho todas as
seguranças do que digo, penso e faço em outras áreas, mas me desarmo nesse
ponto. Deixo de ser vidente ou mago, e não encontro aquele velho estribilho de
se cantar aos quatro ventos, que tudo que será o que for; que tiver mesmo que
ser.
Nessas questões de filho, me dá
um medo instintivo do mundo. Meu amor me faz inquieto; não se acomoda no
coração que há muito não bate por mim. Meus conceitos paternos antiquados ferem
a última moda. Não seguem esses padrões que ditam os afetos desapegados, ressequidos
e práticos inerentes aos tempos que atravessamos.
Perdido no tempo, acredito na
infância guardada pelos medos honestos de quem tem filhos. Na criança mantida
em sua justa idade. No amadurecimento agregador de valores que ninguém aprende sem
critérios essencialmente humanos. Aposto mais na qualidade afetiva e presencial
do que nas técnicas frias e remotas da educação prática e desapegada.
Tenho a mente fechada para
questões de filhos. Os filhos meus e os do mundo. Não consigo ver sem espanto a
criação dispersa e a terceirização. A proteção vazada e a confiança extrema no
caráter e na intenção do outro em relação às nossas crias. Meu coração aberto
não consegue vencer minha mente fechada nessas questões relacionadas a filhos.
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