terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

AOS MOÇOS

São muitos os tombos que uma criança leva, para ficar de pé pela primeira vez. Depois outros tombos, para dar os primeiros passos. Não será diferente com um jovem quando a vida está só começando, fora de casa. Longe dos olhos de quem estava por perto a cada tombo; a cada choro de manha ou de lesão real.
Na verdade, um jovem é simplesmente alguém que aprende a andar sozinho... mais do que isso, aprende a cair e levantar, sem ter sempre à disposição aquelas mãos provedoras sem as quais parecia impossível prosseguir. Doravante, a vida será de muitos tombos e soerguimentos. Um novo e definitivo aprendizado para quem descobre que o mundo é mais do que sua casa, rua, escola, cidade ou turma.
Se na juventude a vida reserva novos amigos, virão também os rivais. Aqueles com quem disputaremos espaços, amizades, amores, vestibulares e oportunidades de trabalho. Rivais que podem ser amigos, mas com os devidos critérios de luta por um lugar ao sol.
É isso que torna o mundo interessante. Sempre haver o que buscar, por que lutar, como dar sentido à vida. Se agora estamos em um ringue, pode ser que o nosso oponente seja forte. Pelo menos o bastante para nos nocaltear. E se pensarmos que depois disso tudo será fácil, mais uma vez estaremos enganados. Virão novas lutas, novos nocaltes e frustrações até que um dia, para nosso espanto, começaremos também a nocaltear. Ganhar e perder, como aquelas pessoas que sempre ganharam de nós, mas perderam para outras.
Oponentes nem sempre são pessoas. São muitas vezes os próprios sonhos; os próprios projetos. Em alguns casos, escolhas equivocadas; o que nos fará bendizer lá na frente, o que hoje maldizemos. É que o tempo reserva tantas surpresas, boas e más, que as derrotas de outrora podem ser vitórias futuras, tanto quanto as vitórias presentes podem se revelar mais tarde as mais fragorosas derrotas. No fundo, viver já é uma vitória. Poder sonhar, lutar, fazer projetos e ter forças para não desistir já faz de qualquer pessoa um vencedor em potencial, porque lhe confere dignidade; cidadania.
Não é verdade dos apresentadores de televisão nem dos escritores de auto-ajuda, essa máxima de que tudo podemos. Podemos muito, mas não tudo, e isso não nos torna inferiores a ninguém, pois a regra é universal. O mais importante mesmo é nos conhecermos, para não tentarmos ir à lua sem haver foguete. No mais, todo sonho é mutável. Todo projeto é flexível, se também o somos. Temos que ter sabedoria para reconhecer a hora de mudar de rumo. Rever sonhos. Refazer projetos. Adaptar ou moldar nossa vocação, em nome da felicidade que não tem endereço fixo.
Seja feliz. Tenha fé na vida e no próprio dom de ser feliz. Vencer sempre, ser campeão a qualquer tempo não é próprio do ser humano. Aliás, os maiores índices de infelicidade, loucura, depressão e suicídio estão entre os que têm tudo, são tudo, não conhecem derrotas e já não têm para onde ir. Trancam-se dentro de si mesmos e nunca mais conseguem se libertar... a não ser de forma trágica.

Um comentário:

  1. Apesar de fictício eu completaria com algumas palavras do "Rocky Balboa" rsss

    "Agora se você sabe do teu valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para apanhar. E nada de apontar dedos, dizer que você não consegue por causa dele ou dela, ou de quem quer que seja. Só covardes fazem isso e você não é covarde, você é melhor que isso."

    Temos que nos preparar sempre para a vida e nela as vezes apanhamos mais que ganhamos porém a vitória é pra quem não tem medo de lutar.
    Beijos

    Joelma Roque


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