Demétrio Sena - Magé
Mas é algo sazonal: de quando em quando essas pessoas recordam ou são alertadas por alguém, sobre a minha condição de cidaddão esquerdista e ateu. Aí não importa que eu seja uma boa pessoa, da mesma forma como não importa que um cidadão direitista e cristão seja má pessoa: violenta, machista, golpista, racista, caloteira, julgadora, mentirosa, maledicente, psicopata (...), se estiver dentro do que acham perfeitamente contextualizado para sua ideologia e crença... só importam mesmo, os nossos rótulos. Ser do mal ou do bem, na forma de viver, para elas tanto faz ou tudo bem; basta rezar na mesma cartilha, ter os mesmos gritos de guerra, os discursos e orações alinhados.
Se nutro afeto por alguém, ou pelo menos alguma amizade, admiração, separo bem essas coisas; a menos que um extremismo bárbaro venha me afastar em definitivo, dessa pessoa. Em definitivo, porque não sou de vai e vem nem de mais ou menos, conforme as ondas ao meu redor. Esquerdista e ateu como eu, ou direitista e cristão, judeu, candomblecista, kardecista (...), o que a pessoa é, na condição notória e comportamental de pessoa, é o quanto conta para mim. O que penso de alguém ou sinto por alguém é pessoal; não corporativo. Não nego o meu afeto, respeito, admiração, nem escondo isso das outras pessoas de minhas relações, que pensam e sentem o contrário.
Quando essas pessoas (queridas para mim) que ora se lembram da minha condição de esquerdista e ateu voltarem mais uma vez, estarei aqui. O coração deste comunista "sem Deus no coração" estará sempre aberto ao próximo que se tornou distante e agora quer se reaproximar. Só não aceito, em nenhuma hipótese, os afetos ocultos e sonsos; as amizades secretas de quem tem medo do bicho papão errado.
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Respeite autorias. É lei
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