quinta-feira, 9 de agosto de 2012

NEM CARVÃO


Enviei o meu corpo e não tive resposta;
preservaste o teu corpo e feriste meu brio;
minha velha esperança, por vício de aposta
inflamou a ilusão e apagaste o pavio...

Fiz calor em excesso e não venci teu frio;
naveguei tantos mares, morri numa costa;
foste lua distante que busquei no rio,
no regato, no lago, na lama e na crosta...

Tive tantos empenhos nessa busca em vão!
Tanta lenha queimada e nem restou carvão!
A minh´alma sem fogo evaporou no vento...

Sem motivo real para mais fantasias
te rasguei no meu sonho, nas noites tardias
pro desejo; a carência; quiçá sentimento...

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