quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CATADOR DE POESIA


Meu poema é o que sobra dos poetas
Que ficaram depois das próprias idas,
É migalha de vidas e vivências;
De palavras não postas nos papéis...
Os poemas que faço vêm do lixo;
São rejeitos das obras imortais;
Bons achados frasais que se perderam
Por descuidos de gênios bem providos...
Revirei os esgotos de Bandeira,
de Cecília, Drummond, Pablo Neruda,
Contraí coliformes de seus dons...
Teço aqueles poemas meio feitos,
Que os eleitos arrotam de seus limbos;
Passo a limpo; talvez psicografe... 

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