segunda-feira, 23 de julho de 2012

FRAUDES POÉTICAS


Um poema não serve pra dizer adeus,
porque vem pelas costas; é golpe covarde;
chega tarde, alta noite, seja noite ou não,
para ser duvidoso; mascarado; sonso...
São engenhos fraudados aqueles que vêm
no lugar das palavras abertas e francas,
porque são cartas brancas expondo xaradas
de sentidos diversos; todos revogáveis...
Tais escritas resvalam, dizem sem dizer,
meio fingem que fingem, falam que não falam,
podem ser ou não ser se o poeta forjar...
Terão sido poemas, apenas poemas,
quando quem os fizer não suportar a dor
e voltar a compor sobre a velha paixão...

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