segunda-feira, 23 de julho de 2012

OVO


Minhas mãos me procuram no caos desta noite
mascarada em silêncio, escuridão profunda,
quando mais do que nunca se agiganta n´alma
o vazio que acende a carência do corpo...
Meu instinto resvala nas veias em brasa,
redesenha no ar, na textura da cama,
nas paredes da casa que mal posso ver,
tuas linhas; esquinas; teus pontos de fogo...
Nesta selva do quarto sou alvo e sou seta,
sou a reta precisa da qual não se foge;
mesa, jogo de pôquer, jogador sozinho...
Não me quero, desdenho, mesmo assim me pego,
me lambuzo, me rego pra nascer de novo
e morrer no meu ovo, minha solidão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário