sexta-feira, 20 de julho de 2012

ROTINA DOMÉSTICA: ESSENCIAL PARA OS FILHOS


A corrida vertiginosa pelo batido lugar ao sol somada com a rotina de fuga da rotina, da sociedade moderna, está formando gerações sem referência familiar e apego às raízes. Os pais agora, muito preocupados com o futuro profissional de seus filhos e com as próprias condições de lhes oferecer esse futuro, estão se tornando cada vez mais distantes: Sobrecarregam os filhos de cursos e atividades externos, alguns desnecessários, tanto quanto assumem cargas e horários laborais cada vez mais pesados e extensos.
Isto seria menos danoso, se nas horas restantes houvesse uma promoção do encontro familiar; do convívio de todos no aconchego de suas casas. Da rotina saudável que se desperdiça com o excesso de programas que visam entretenimento aqui fora. As famílias decidiram que o domicílio é estressante; que depois dos compromissos pela sobrevivência (muitas vezes o acúmulo excessivo de bens), e pela garantia do sucesso profissional dos filhos, o pior lugar do mundo é o lar. Em grande parte, o conceito se deve à infelicidade conjugal dos pais, que julgam emendar as relações quebradas, com a já rotineira quebra de rotina; o que não é possível. 
Seria de fato saudável e produtivo incutirmos em nossos filhos o amor pelo dia a dia. Pela rotina de nossas casas e com a nossa presença. Não agindo assim, continuaremos criando pessoas desnaturadas; desprovidas de apego por pessoas. Sem conceitos de família, união e lar. Para entregarmos à sociedade cidadãos felizes, bem resolvidos como profissionais e seres humanos, temos que provê-los também desses valores. Precisamos dar, das poucas horas restantes dos compromissos com a sociedade, um tempo maior a esse convívio que será gratificante agora e depois, quando nossos filhos então adultos os reproduzirem para os seus, e assim por diante.
Por essa felicidade não é só recomendável, mas também urgente a divisão entre os programas externos e o aconchego doméstico, dando vantagem para o segundo. Tenhamos certeza de que não há shopping, lanchonete, parque temático nem a satisfação de qualquer capricho capaz de cobrir as lacunas e carências abertas pela falta de presença e do convívio interno.
Em nome de um desenvolvimento sadio, com o pleno exercício da afetividade, cada criança precisa sentir desde o berço que o melhor lugar deste mundo é a sua casa. Só depois desse conceito é que o mundo em torno lhe parecerá bonito; amistoso; aconchegante. Um ótimo lugar para se viver.

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