domingo, 1 de julho de 2012

A VALENTIA DE SABER NÃO BRIGAR


Confesso que sei brigar... e ao pé-da-letra. Tive de aprender ao longo da vida, ou nem tanto, pois quase tudo que sei aprendi na adolescência, quando fiz das ruas o cenário perfeito para meu papel de menino solitário e rebelde.
Cumpre-me também confessar que perdi tempo. Vejo isso por ter chegado incólume aos dias atuais, quando qualquer garoto assustado e tímido pode ser um sujeito armado e perigoso. Disposto a matar por quase nada... em algumas ocasiões, por nada, mesmo.
Pelo exposto, e por agora ser totalmente avesso a toda forma de agressão, de nada me serve saber brigar. Definitivamente, a porrada não é o meu forte... ou ser forte não é o meu fraco. Para ser franco, aprendi a me impor sem intimidar. Sem ofensas nem ameaças, mas pela persuasão quanto às minhas razões ou a sincera humildade ao reconhecer meus erros e pedir desculpas.
Para chegar a isto, precisei cumprir um percurso inverso. Mais difícil do que aquele da adolescência, porque precisei me superar... passar por cima do próprio brio... destorcer a distorção do meu conceito imaturo de valentia ou coragem.
Acho que ainda sei brigar... só não sei se me restam forças físicas para utilizar o que desnecessariamente sei. No fundo, me sinto bem mais homem nas concepções exata, humana e social da palavra, pois hoje, sei não brigar.
... Confesso, enfim, que tenho tido grande sucesso na utilização cotidiana deste novo saber.

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