sábado, 24 de dezembro de 2011

AFLIÇÃO PATERNA


Meu inferno aqui mesmo é senti-la sofrendo;
É levar ao seu rosto a costela da mão
E saber quantos graus o desenham prostrado;
Ler nos traços tristonhos um não entender...
Dói notá-la indolente ou alheia pra tudo;
Sem as artes e birras que “tiram do sério”;
Flexível, cordata e de fácil tangência;
Dócil como as ovelhas que vão à tosquia...
Quero as birras de praxe, a teimosia, o choro
Sem o soro que ateste a razão de chorar,
Ou a lágrima insossa e de rápido estio...
Fique logo impossível, voluntariosa;
Minha rosa selvagem de breves humores;
Minha flor que me arranca e põe à flor-da-pele...
... Só não dá pra ficar de coração na boca...

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