domingo, 18 de dezembro de 2011

UM MUNDO MELHOR A PARTIR DO AFETO


Se todos nós adultos, exigirmos um pouco mais de nosso espírito e de nossa noção de cidadania, veremos uma verdade básica sobre a criança que sofre algum tipo de abandono, que nos ajudará na busca do ideal de um mundo melhor. Poderemos ver, a partir disto, que a criança é um arbusto que requer um olhar mais presente. Um compromisso desse afeto que o mundo quase sempre empana em nós. Dessa voz escondida que tenta sacudir a consciência dormente, insensível ao que ocorre à nossa vista, contribuindo para um mundo cada vez mais frio, violento e distante do amor que devemos uns aos outros.
Qualquer menino pode vingar por entre a relva desse abandono, sufocado pelas trepadeiras de falsas oportunidades ocasionadas pelo tráfico de drogas e outros tipos de atividades criminosas. Ele pode sobreviver definhando por essa realidade, mas esse não tem, efetivamente, que ser o seu destino, quer seja de classe pobre, rica ou "remediada". Isso vai depender de todo o mundo, desde o lar à escola. Desde as ruas aos demais meios sociais. Eis aí uma responsabilidade que é conjunta, e ninguém pode se negar a contribuir para o futuro de uma nação e do próprio mundo, socorrendo de alguma forma uma dessas criaturas que pedem socorro em qualquer parte deste planeta.
O menino e a menina que se apresentam aos nossos olhos a cada dia, onde quer que estejamos, são estrelas que se apagam no céu desse descaso, se não aprendermos a olhar além do agora. Se não convertermos esse olhar imediatista e dotado de puro egoísmo que nos a uma corrida desenfreada pelo "cada um por si". Precisamos esticar as vistas para o infinito, visualizando esses pequenos além do horizonte e de nossa perspectiva de vida. Eles têm que estar lá, junto aos nossos, aos de nosso sangue, para serem todos parceiros na construção de um tempo de paz e igualdade.
Seja ela daqui ou de além-mar, cada criança que perde um novo sonho, uma nova chance de ser feliz, pelas nossas mãos, é um filho nosso que se perde. Que vê se esvaindo as esperanças. Fica sem rumo e sentido... Perde o chão. Tudo isso, porque nossa busca do infinito se restringe a nós. Não conseguimos nos ver entre os sonhos, os anseios, as angústias e os gritos de socorro de nossas crianças e nossos adolescentes. 
Estamos no cio de uma dura realidade social. Essa realidade já não permite que sejamos responsáveis, como seres humanos mesmo, apenas pelos nossos filhos. É urgente que o magistério, o magistrado, os executivos, o legislativo, a iniciativa privada e a livre sociedade aprendam a fazer mais que o profissional, formal e obrigatório pela infância e a adolescência.
Pode não ser possível nem prudente abrirmos as portas de nossas casas para os meninos e meninas carentes (de tudo) que cruzam nossos caminhos. Mas podemos ajudá-los a abrir para si mesmos as portas de uma sociedade viável à sua cidadania. Nosso afeto, quando existir de fato, poderá nos dizer como.

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