domingo, 18 de dezembro de 2011

CUIDADO! HÁ UM NOVO LIVRO NA PRAÇA


Tarefa ingrata, a de vender livros... Porque livros não enchem panças... Não são fritos, não passam por churrasqueiras nem têm cobertura de chocolate. Da mesma forma, não levam marcas como Brahma, Coca-Cola, Boticário, Láqua de Fiori, Nyke, Umbro nem tantas outras que o mercado consagrou, conseguindo massificá-las.
Igualmente, ninguém pode empinar livros no asfalto; oferecer caronas a belas mulheres nem impressioná-las pendurando-os no pescoço, exibindo-os no punho e nos olhos.  Nem mesmo num MP4. Não há livros de sol, nem de simples estética. Não são eles, em definitivo, objetos de gula, vaidade, ostentação ou glamur.
Os livros didáticos ainda são “empurrados”, pela obrigatoriedade do uso. Da mesma forma os técnicos, os de auto ajuda e os que tratam de erotismo. Não de sexualidade, mas de erotismo mesmo, porque mexem com a libido. E a libido, reconheçamos, virou produto popular... Tornou-se também obrigatória.
Mais um livro está na “praça”. É um objeto identificado de viés, que tem um tal conteúdo literário sem correntes e obrigações. Ele exibe um “cardápio” dito variado, que vai da trova ao conto, passando pelo haicai, o soneto, a crônica, o verso livre e tantas outras modalidades da mesma natureza simplória. 
O problema é que além de não trazer nenhuma das marcas que massificam outros produtos, não ser didático, técnico, de auto ajuda, etílico nem comestível, ele também não foi impresso por editora de fama. É oferecido num corpo a corpo, pelos excelentes autores, que também não são famosos. Massificados.
A “praça” na qual está fica mesmo entre aspas, pois não é a praça pública de nenhuma cidade. Portanto, não é servido em quiosque, restaurante, barraca de badulaques ou afins, como nenhum estabelecimento conseguiu adaptá-lo para uma espécie de “livroquê”, na tentativa de fazê-lo popular.
Cuidado: Você pode estar à beira do ataque de um desses autores. E se for um velho conhecido, vai acabar se sentindo na obrigação de comprar o que não será usado. Será, no máximo, peça esquecida como tantas outras de gente anônima, que nada ou ninguém o obriga a utilizar como garantia de futuro ou status. 
Compreendo que essa gente, à qual pertenço, precisa se enxergar e saber que “não tá com nada”. Só com um livro editado por conta própria e sem propaganda na televisão (o que o torna o mesmo que nada). Tem de fato é que se mancar e recolher seu livro à própria insignificância mercadológica.
Seja como for, A ANTOLOGIA EM PROSA E VERSO V, da Academia Mageeense de Letras está nas ruas. Este é meu corpo a corpo. 

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