domingo, 4 de dezembro de 2011

GRÁVIDO


Dou ao tempo a tarefa da luz sobre os fatos,
pra que toda a mentira se perca de cega,
porque sei que o momento me nega inocência;
que ninguém pode ver o que a treva camufla...
Descobri que a verdade se acanha demais,
vive cheia de panos, esconde o seu corpo,
mas um dia desperta exibindo a nudez,
quando é caso de causa envolvendo justiça...
É que o tempo a convence por manso critério,
desnovela o mistério que a torna silente,
faz cair a mordaça devolvendo a voz...
Minha espera não cansa, pois crê na lacuna
como ponto e reserva da velha esperança
na verdade que um dia terá de ocupá-la...

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