quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CARNIÇA


Sei que levas no peito meu carimbo,
pois me deste o segredo dessa porta,
entro e vejo que ainda sou teu limbo;
que as lembranças te levam meio morta...


Teu amor me cultiva feito horta,
tua boca me tem como cachimbo,
porque minha saudade a deixa torta
e te azaro; te agouro; te catimbo...


Sou a funda expressão do teu estorvo;
sobrevôo teus sonhos igual corvo;
és devota e me fazes tua missa...


Guardarás para sempre o mau odor
dos meus restos vitais em tua dor;
teu amor não sepulta essa carniça...

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