sábado, 7 de janeiro de 2012

A MORTE DOS IMORTAIS


Nestes tempos em que a genialidade é banalizada e se cultua o supérfluo, não cabem mais os mitos de fato e direito... Logo não seremos o chão de estrelas de Silvio Caldas e a imortalidade será restrita aos epitáfios de museus cada vez menos visitados pela vertiginosidade urgente das vanguardas. 
Não condeno essa realidade, porque entendo que tudo tem seu tempo, até mesmo o que parece eterno. Talvez a própria eternidade. Chegamos ao tempo da substituição abrupta dos valores que pareciam invencíveis. Os deuses da humanidade estão ruindo e dando lugar aos breves, aos rasos e passageiros, porque o mundo está superlotado. Não há mais vagas na galeria dos heróis de seja lá o que for, porque as memórias estão falindo; os chips estão gastos e sobrecarregados.
A sentença é clara e indiscutível: Somos o ápice de um mundo em extinção. Construimos a máxima de que os imortais morrem, porque entulham. O espaço precisa de si mesmo e é necessário reciclar tudo aquilo que restou do que já não atrai a nostalgia. O universo é uma fila. Interminável, mas anda... E como anda!... 

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