sábado, 7 de janeiro de 2012

PEITO AMORDAÇADO


É difícil dizer, mas ainda lhe quero;
pode ser que de amor já não pule no abismo;
nãio osculo seus pés como sei que foi caso,
nem me caso num templo, se abomino altares...
Pois meu corpo reage à presença do seu
e  minh´alma evapora pressentindo a sua,
sinto a lua chover nos meus olhos palermas
quando a rua deserta promete que a vejo...
Meu orgulho ferido não quer outro golpe,
só por isto se cala que lhe quero ainda,
remodela os assuntos no risco da fala...
Quase caio quebrando o cristal do silêncio
se me sinto cortar o facão de seus olhos,
mas imploro à lembrança que amordace o peito...

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