quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SONETO EM CAMISA-DE-FORÇA


Dou alface aos meus versos; dou suco de ameixas;
caminhadas constantes nas asas do ar,
pra deixá-los mais ágeis que ninjas e gueixas;
com leveza capaz de fazê-los voar...


Tomam banhos de orvalho; arco-íris; luar;
trago sempre molhadas as suas madeixas;
não os canso demais nem os deixo suar,
para vates de arcádias não tecerem queixas...


Mas nem sei se consigo fazê-los a gosto
desses vates vencidos, cobertos de mosto,
que não podem comer um poema com sal...


Chega disso; estou farto; de fato me canso;
sou poeta que às vezes precisa do ranço,
da fumaça e do pó do poema braçal!

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