segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A REFAMÍLIA REFORMANDO A ESCOLA

Precisamos pensar, como educadores que somos, em um projeto para a família. Estamos no tempo em que a escola precisa ser, de forma bem acentuada, aquela velha extensão do lar, sem as distorções que a marcaram. Reconheçamos que o mundo contemporâneo está descaracterizando a família. Isto vem se refletindo na escola de uma forma que preocupa. Vemos se afigurando a cada dia uma geração robotizada, isenta de laços e vínculos. De afeto e de compromisso.
Chega o ponto em que nada é visceral. Tudo é supérfluo, sem compromisso e calor. Sem origem nem ponto de chegada. É a falta que a família faz, ao deixar de ser ícone; porto; norte. Por causa disso, a escola perde muito de sua identidade, fica desbaratada e é bem mais difícil trabalhar sobre valores essencialmente humanos. O amor, o compromisso afetivo e social, os conceitos de cidadania, país e conjunto ficam falhos, ao faltar o conceito ideal de família, endossado na escola. Endossado e, se possível, adoçado.
Urge agora o projeto da refamília. Do recomeço e da rechamada. Para que as casas voltem a ser mais do que meras casas. Simples antros de ajuntamento de familiares. Caixas de parentesco em exercício de consanguinidade sem os atributos sadios de cumplicidade mais profunda e presente. Só esse projeto é capaz de representar a volta de uma escola mais humana. Mais pessoal. Umbilical.
Se a velha escola tem seus defeitos, entre eles os da truculência e a tirania, não podemos continuar permitindo que o oposto, na nova escola, extirpe com os tais defeitos - que têm que ser extirpados - o elo que deve unir escola e lar. Em ambas as escolas há vícios e virtudes, e essas últimas devem ser justapostas para uma educação global, mais próxima da perfeição que, bem sabemos, é inalcançável. Tudo será bem melhor, se a escola se reconciliar de vez com a família, na busca do novo.

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