Não me dê parabéns com ternura nos olhos,
como quem elogia um "versinho" infantil,
sua ética é válida em outros momentos
e pra quem não entende a sutil condolência...
O poeta é um "etê', "etê-cétera" e tal,
que sequer tem antenas pra ser atração
nestes tempos bizarros de gente cascuda
pra deixar que poemas encontrem seus flancos...
Nem me abrace de leve afagando as madeixas
pra me dar incentivo e dizer que valeu,
procurando a tangente com olhos furtivos...
Tome o mundo que resta e me deixe restante,
numa estante de gente que saiu de moda;
uma roda mais morta do que as amnésias...
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