Já que obrigam falemos de flor e saudades,
dando estrofes e rimas, padrão bem passado,
deplorando as vanguardas; também as cidades
ou mantendo esses olhos de vidro embaçado...
E façamos de conta que nada é engraçado;
somos puras virtudes, os outros maldades;
condenemos de nós o que for mais ousado,
fizer leve menção de romper estas grades...
É que somos poetas, por isso doentes,
débeis pelas manhãs, loucos pelos poentes,
sobretudo capachos de regras antigas...
Metrifiquem-se as almas, a lei é feroz,
e vertamos unidos um choro de foz
nas estrofes melosas de nossas cantigas...
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